Senador João Costa defende a retomada de debate sobre a Reforma Política
O senador João Costa (PPL/TO) realizou pronunciamento no
plenário do Senado Federal nesta quinta, 21, onde retomou o debate sobre a
reforma política brasileira.
“A legitimidade da reforma, exige, necessariamente, a
efetiva participação dos cidadãos nos governos. O princípio da anualidade
eleitoral, também conhecido como um princípio norteador, ou como a pedra
angular do Direito Eleitoral, impede que qualquer alteração ao processo
eleitoral, realizada a partir do dia 3 de outubro de 2013, seja aplicada às
eleições de 2014”, afirmou o senador pepelista na abertura de seu discurso.
João Costa entende que a ampliação da participação popular na
democracia brasileira é necessária. Elucidando que a Ciência Política não se
confunde com a Teoria do Estado, mas que utiliza seus conceitos - de
Constituição, de Lei, de Soberania, de Território, de Povo – o parlamentar
citou Oskar Fischbach, apontando que a Teoria Geral do Estado equivale à
anatomia, enquanto a Ciência Política corresponde à fisiologia do corpo social.
No desenvolvimento de seu discurso, abordando de Del Vecchio a
Platão, o senador ao embasar o debate sobre a Reforma Política traçou que a
importância do Estado é “garantir a satisfação de todas as necessidades da
sociedade, dentro de uma prosperidade moral, ética e material”.
“Inegavelmente, o Regime Representativo é uma das características
essenciais às democracias do mundo contemporâneo. Com a Revolução Francesa, o
princípio do direito divino dos reis foi substituído pelo princípio da
soberania popular, voltado, acima de tudo, para a criação de um governo livre”,
pontuou.
João Costa afirma que a concepção de princípio democrático advém
da plenitude da democracia, da soberania popular e da cidadania e que “separadamente,
cada um tem o seu significado próprio, que converge para um único ponto: o
da concretização do ideário democrático. Democracia não é forma, é substância”.
João Costa ressaltou que a soberania popular é exercida pelo
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual a todos, e,
nos termos da lei, mediante: I) plebiscito; II) referendo; III) iniciativa
popular. Para o senador, há instrumentos que garantem a possibilidade do
exercício pleno da Democracia.
“Embora ainda não sejam admitidos no Brasil, três outros
instrumentos são importantíssimos para este contexto: a) o veto popular -
conferido aos eleitores de se manifestarem contrariamente a uma medida ou lei
já devidamente elaborada pelos órgãos competentes e em via de ser posta em
execução; b) o recall - forma de revogação individual de mandato pelo qual os
eleitores podem destituir representantes eleitos; c) e o Abberufungsrecht - uma
forma de revogação coletiva do Direito Alemão possível de ser utilizada para
cassar todo um parlamento”.
Ao alertar os
parlamentares sobre a importância de o Senado retomar o debate sobre a Reforma
Política, João Costa - citando pensadores clássicos da sociologia e do direito
- concluiu que a democracia é um segundo estágio na construção de um modelo de
governo eficiente. Em primeiro lugar, vem a Liberdade como forma assegurada
para a concretização da Democracia.
“A democracia não é o caminho para se buscar as liberdades
individuais e públicas; o contrário é o correto: a liberdade é
requisito para que se possa praticar a democracia, pois não há democracia
consolidada sem que, primeiro, se tenha liberdade (...) O poder soberano não
está sujeito a nenhum outro. O princípio democrático é explicado pela soberania
popular. É preciso, primeiro, que haja soberania popular – com
liberdades individuais e públicas, com valores consagrados e efetivamente
praticados – Somente depois haverá democracia”,
concluiu.
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Fredson Aguiar e Rachel Dourado
Assessoria de Imprensa
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