Esporte ajuda mulher a virar cacique e revolucionar aldeia em Barra do Bugre (MT)
O esporte fez toda a diferença na vida revolucionária desta mulher. Separada, mãe de cinco filhos e avó de oito netos, Creuza Humutina, 47 anos, é a primeira índígena mulher a exercer o cargo máximo de comando numa aldeia no Brasil. Detalhe: por duas vezes. Foi graças à habilidade como atiradora de arco e flecha – atividade tradicionalmente ligada ao sexo masculino – que ela conquistou o respeito dos habitantes da aldeia Humutina, no município de Barra do Bugre, no Mato Grosso. Aos 5 anos de idade, a pequena índia, filha de mãe Bororo e pai Humutina, já acertava pássaros em pleno vôo. E não parou mais. Quando tinha 8 anos, conseguiu sua maior façanha: fisgar com um tiro de flecha certeiro um peixe Curimatã que pesava cinco quilos. “Minha proeza assustou a todos”, lembra Creuza Humitina. Ela revela que tanto o talento para o esporte quanto o para a política foram impulsionados pelos conselhos que recebia desde cedo do antigo cacique Valdomiro Kalumizore, seu maior ídolo. “Ele me ens